terça-feira, 22 de março de 2011

Relatório e Contas 2010 - Assembleia Geral 01/2011

Não foi à toa que esta é afirmativamente a primeira publicação deste ano aqui no blogue da União Artística.
Assumimos desde já a vital importância da próxima reunião de Assembleia Geral, a divulgar em breve onde para além da votação do Relatório e Contas de 2010, irá ser escolhida a próxima Direcção de modo a concluir desse modo a tarefa para a qual esta Comissão Administrativa foi criada.
Dentro de dias anunciaremos e publicaremos na íntegra também aqui, o Relatório e Contas de 2010.
Estamos a ultimar o documento no que refere a questões normativas, mas, deixamos aqui a breve introdução do referido documento pois este enquadramento melhor explica o que atrás referimos.
Estimados Associados,

No cumprimento das disposições legais e estatutárias, dos Estatutos da União Artística Vilarealense, à Comissão Administrativa cumpre apresentar o Relatório e Contas relativo ao exercício de 2010, o qual, irá ser submetido à apreciação e votação da Assembleia Geral.


I. INTRODUÇÃO

O ano de 2010 ficará obrigatoriamente assinalado pelas consequências do agravamento da crise financeira, económica, social, política e mesmo civilizacional que assolou o mundo inteiro, mas com maior impacto na Europa, e a que o nosso país não ficou imune.

Apesar de não querermos entrar por caminhos que não nos competem, a solução óbvia e consensual a prazo terá que passar por produzirmos mais e melhor, aproveitando todos os factores produtivos ineficientes, desde a terra e o mar até às pessoas, passando pelas instalações, equipamentos e organizações, de modo a, com mais formação, inovação e reorganização, melhorar a produtividade e a competitividade, pedras fundamentais na base da sociedade de hoje em dia.

É consensual a necessidade de produzir mais e melhor, gastar menos e poupar mais, mas é preciso também não esquecer e prestar uma atenção especial nesta altura à forma como se realiza a distribuição dos bens e serviços produzidos pela população, de modo a que seja sempre garantido o mínimo de subsistência a todos os cidadãos.

O papel desempenhado actualmente pelo Estado, com a sua vertente social, dificilmente é o adequado, sendo necessário que, a par do que já existe se concretize, de forma organizada ou não, a solidariedade familiar, dos amigos, dos vizinhos, das associações e da comunidade.

É claramente necessário que cada um tome um papel activo nesta mudança, as famílias, as empresas, as organizações da sociedade civil, o próprio Estado e até as organizações internacionais.

Para um melhor enquadramento desta reflexão na nossa realidade associativa de carácter mutualista, recordamos uma projecção do “Livro Verde sobre Regimes Europeus de Pensões Adequados, Sustentáveis e Seguros”, publicado em 7 de Julho de 2010, pela Comissão Europeia.

Segundo este documento, nos últimos 50 anos, a esperança de vida aumentou em cerca de 5 anos na União Europeia e nos próximos 50 anos projecta-se outro aumento de cerca de 7 anos, o que, conjugado com as baixas taxas de fecundidade, provocará uma alteração drástica na estrutura etária da população, duplicando o rácio de dependência da velhice, que passará das actuais 4 pessoas em idade activa para cada pessoa com mais de 65 anos para 2 pessoas em idade activa para cada pessoa, em 2060.

Interessante é assinalar, ainda segundo o mesmo documento, outra tendência de longa data, a
mudança societal (agregados familiares com um só indivíduo, casais sem filhos e afastamento  geográfico das diferentes gerações de uma família), o que está a obrigar a uma organização mais formal da prestação de serviços de assistência, que poderiam, noutras circunstâncias, ser prestados nas próprias famílias, criando dificuldades adicionais ao financiamento dos cuidados de saúde e dos cuidados de longa duração.

Tudo isto constitui um desafio acrescido para a União Artística Vilarealense, a única associação mutualista de Vila Real, que desde a sua fundação em 1910, procura respostas para as necessidades das pessoas, nas vertentes sociais complementares, e a que se adicionam as necessárias ajudas, não só aos associados de maior idade, proporcionando-lhes uma vida digna e de qualidade, mas também às crianças, fornecendo aos pais por exemplo, serviços de acolhimento, de cuidado e de educação, com o fim de assim estimular também desse modo a taxa de natalidade, como forma também de promover o requerido reequilíbrio demográfico.

Importa recordar que desde 1985, funciona diariamente nas nossas instalações um Centro de Convívio direccionado para os nossos associados de maior idade, espaço de vital importância pois a pessoa humana é um ser eminentemente social, tendo necessidade dos outros, em todas as fases da vida, mas especialmente quando se encontra mais débil e vulnerável.

A atitude de dar atenção aos outros é fundamentalmente e por tradição, educada e praticada no seio das famílias, pelo que, quando tal situação não se verifica actualmente não existem suficientes estruturas sociais de acolhimento e dispensa de cuidados a idosos, tornando-se assim indispensável, passados 100 anos da nossa fundação, encontrar e fomentar outras formas de ajuda mútua e de solidariedade, dinâmica que constitui a essência da nossa associação.

A União Artística Vilarealense está especialmente vocacionada para complementar a solidariedade familiar, fomentando e desenvolvendo o conceito de solidariedade associativa, que não se irá remeter apenas aos associados de maior idade, mas também à totalidade das necessidades das pessoas, inclusivamente às situações de solidão, promovendo, organizadamente, o voluntariado associativo como etapa primordial, aproximando assim os associados disponíveis dos associados carentes.

Esta realidade social, que se torna cada vez mais notória na nossa sociedade, inclusivamente sendo objecto de notícias chocantes, que é a solidão não desejada, e provocada pela mudança da sociedade a que acima se fez referência, a que se adicionam ainda infelizemente comportamentos sociais cada vez mais individualistas e até egoístas.

Esta problemática é tanto mais importante quanto é certo que, em Portugal, a população idosa representa actualmente 17,5% do universo populacional (10,655 milhões) e, segundo indicadores tratados pelo Instituto do Envelhecimento, existem 2 em cada 3 portugueses, na franja dos 65/74 anos, que afirmam sentir-se sós, proporção que sobe para 3 em cada 4, quando a idade é igual ou superior a 75 anos.

Para melhor enquadrar esta breve nota introdutória recordamos que o nosso Centro de Convívio, já mencionado acima, é por razões óbvias uma poderosa arma a seguir contra a triste realidade nacional que acima se descreve. Contudo, o reforço desta realidade de forma a responder ás necessidades já sentidas, é o nosso principal objectivo para planear e delinear em Assembleia Geral.

A Comissão Administrativa da União Artística Vilarealense
Vila Real, 22 de Março de 2011 

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