terça-feira, 5 de abril de 2011

Qualificar o 3.º sector - projecto Q3

Decorreu esta tarde em Leça da Palmeira, nas instalações da AEP (Associação Empresarial Portuguesa) a sessão de assinatura dos contractos programa para a iniciativa Q3, projecto para o qual a nossa candidatura foi aceite, e por isso importa agora divulgar também nesta plataforma as várias informações relativas ao referido projecto Q3-Qualificar o 3.º Sector.


Este é um projecto nacional, com várias entidades como parceiros (a AEP, a Confederação ou ainda a UTAD), que visa desenvolver as competências das pessoas e das organizações do 3º Sector, melhorando a qualidade das suas prestações, a eficácia da gestão e contribuindo para a sua competitividade e sustentabilidade, através de processos participados e sustentados de consultoria e formação.

3º Sector tem uma importância social e económica fundamental na economia e na sociedade portuguesa, porque promove o desenvolvimento local, presta serviços de proximidade e cria emprego. 
Em 2002, teve despesas que representavam 4,2% do PIB; envolve cercar de 250.000 trabalhadores, dos quais 70% são remunerados e 30% são voluntários. 
Mas este é também um sector com debilidades, p.e., em termos de gestão, comunicação, liderança, estratégia, financiamento, equipamentos e instalações. 
Estas debilidades pretendem ser colmatadas com este programa de apoio ao desenvolvimento e à qualificação, das pessoas e das organizações, integrado medidas de formação e consultoria.

Compete-nos a todos tirar o maior proveito e envolver todos os associados sem excepção, neste projecto de fundo, com o principal objectivo de fazer mais e melhor em prol do futuro da União Artística Vilarealense.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Relatório e Contas do exercício de 2010

Estimados Associados,

No cumprimento das disposições legais e estatutárias, dos Estatutos da União Artística Vilarealense (UAV), à Comissão Administrativa cumpre apresentar o Relatório e Contas relativo ao exercício de 2010, o qual, irá ser submetido à apreciação e votação da assembleia-geral.

I. INTRODUÇÃO

O ano de 2010 ficará obrigatoriamente assinalado pelas consequências do agravamento da crise financeira, económica, social, política e mesmo civilizacional que assolou o mundo inteiro, mas com maior impacto na Europa, e a que o nosso país não ficou imune.

Sem querermos entrar por caminhos que não nos competem, a solução óbvia e consensual a prazo terá que passar por produzirmos mais e melhor, aproveitando todos os factores produtivos ineficientes, desde a terra e o mar até às pessoas, passando pelas instalações, equipamentos e organizações, de modo a, com mais formação, inovação e reorganização, melhorar a produtividade e a competitividade, pedras fundamentais na base da nossa sociedade.

É consensual a necessidade de produzir mais e melhor, gastar menos e poupar mais, mas é preciso também não esquecer e prestar uma atenção especial nesta altura à forma como se realiza a distribuição dos bens e serviços produzidos pela população, de modo a que seja sempre garantido o mínimo de subsistência a todos os cidadãos.

O papel desempenhado actualmente pelo Estado, com a sua vertente social, dificilmente é o adequado, sendo necessário que, a par do que já existe se concretize, de forma organizada ou não, a solidariedade familiar, dos amigos, dos vizinhos, das associações e da comunidade.

É claramente necessário que cada um tome um papel activo nesta mudança, as famílias, as empresas, as organizações da sociedade civil, o próprio Estado e até as organizações internacionais.

Para um melhor enquadramento desta reflexão na nossa realidade associativa de carácter mutualista, recordamos uma projecção do “Livro Verde sobre Regimes Europeus de Pensões Adequados, Sustentáveis e Seguros”, publicado em 7 de Julho de 2010, pela Comissão Europeia.

Segundo este documento, nos últimos 50 anos, a esperança de vida aumentou em cerca de 5 anos na União Europeia e nos próximos 50 anos projecta-se outro aumento de cerca de 7 anos, o que, conjugado com as baixas taxas de fecundidade, provocará uma alteração drástica na estrutura etária da população, duplicando o rácio de dependência da velhice, que passará das actuais 4 pessoas em idade activa para cada pessoa com mais de 65 anos para 2 pessoas em idade activa para cada pessoa com mais de 65 anos, em 2060.

Interessante é assinalar, ainda segundo o mesmo documento, outra tendência de longa data, a mudança societal (agregados familiares com um só indivíduo, casais sem filhos e o afastamento geográfico das diferentes gerações de uma família), o que está a obrigar a uma organização mais formal da prestação de serviços de assistência, que poderiam, noutras circunstâncias, ser prestados nas próprias famílias, criando dificuldades adicionais ao financiamento dos cuidados de saúde e dos cuidados de longa duração.

Tudo isto constitui um desafio acrescido para a UAV, associação mutualista de Vila Real, que desde a sua fundação há 100 anos, procura respostas para as necessidades das pessoas, nas vertentes sociais complementares, e a que se adicionam as necessárias ajudas, não só aos associados idosos, proporcionando-lhes uma vida digna e de qualidade, mas também às crianças, por exemplo, fornecendo aos pais, serviços de acolhimento, de cuidado e de educação, com o fim de assim estimular também desse modo a taxa de natalidade, como forma também de promover o requerido reequilíbrio demográfico.

Importa recordar que desde 1995, funciona diariamente nas nossas instalações um Centro de Convívio direccionado para os nossos associados idosos, um espaço de vital importância pois a pessoa humana é um ser eminentemente social, tendo necessidade dos outros, em todas as fases da vida, mas especialmente quando se encontra mais débil e vulnerável.

A atitude de dar atenção aos outros é fundamentalmente e por tradição, educada e praticada no seio das famílias, pelo que, quando tal situação não se verifica actualmente ainda não existem suficientes estruturas sociais de acolhimento e dispensa de cuidados a idosos, tornando-se assim indispensável, encontrar e fomentar a curto prazo outras formas de ajuda mútua e de solidariedade, dinâmica que constitui a essência da UAV.

Estamos especialmente vocacionados para complementar a solidariedade familiar, fomentando e desenvolvendo o conceito de solidariedade associativa, que não se irá remeter apenas aos associados de maior idade, mas também à totalidade das necessidades das pessoas, inclusivamente às situações de solidão e de exclusão, promovendo, organizadamente, o voluntariado associativo como etapa primordial, aproximando assim os associados disponíveis dos associados carentes.

Valências Mutualistas I

Apenas após duas reuniões de direcção realizadas, desde a decisão de 12 de Dezembro de 1909 de fundar uma associação de pobres e humildes a ...